Apolo XII

Quem não conhece o Apolo XIII é porque nunca foi ao Bairro Alto. Ou então tem 19 anos. É que este é um dos clássicos do bairro que ainda dão cartas. Agora, com um ambiente menos underground e exclusivo do que há 20 anos atrás. Lembro-​me de vir aqui e ouvir som indie (quando o conceito indie ainda não existia) all night long. Nos dias que correm, o Apolo XIII serve mais de sítio de passagem para jovens universitários, portugueses e estrangeiros, que vêm aqui buscar cerveja para levarem para a rua, que aqui é mais barata. Mudam-​se os tempos, muda-​se a filosofia, o que é uma pena no caso do Apolo XIII.

Este bar foi durante muito tempo um sítio bastante agradável para se frequentar. Conseguir mesa aqui não era fácil mas compensava a espera. A música era bem boa, umas «rockalhadas» que atraíam gentes interessantes. Pois recentemente quando vim para beber imperial e comer uns snacks a acompanhar, não encontrei o que estava à espera. Tive que andar quase à chapada para conseguir entrar e uma vez lá dentro a música já não era a mesma e estava cheio de turistas que insistiam em meter-​se com as portuguesas. É pena pois este bar era bem agradável, para mim, pois à minha volta estava muita gente a gostar deste tipo de ambiente e até a bebida continua barata…

Há uns aninhos atrás, este barzinho estava entre os meus espaços de eleição no Bairro Alto.
O espaço é acolhedor e a música era quase sempre rock dos anos 70 e 80 — por vezes mais actual. Quando me sentava e pedia uma caneca geladinha, a filha do Sr. Jaime (o dono do bar), trazia logo, de imediato, um pratinho de pipocas ou um pires com tremoços gordos.
No entanto, há algum tempo atrás, o Apolo XIII passou a ser um dos locais de eleição dos estudantes de Erasmus, o que, na minha opinião, veio degradar um pouco a qualidade do bar. O serviço já não é o mesmo, a música também não, mas o pior é mesmo o facto de estar sempre repleto de miúdos com as hormonas aos saltos que tropeçam em ti e vomitam para o chão…