O que é que uma Tripeira com ideais liberais está à espera de encontrar quando vai a uma tasca típica do Montijo? Se eu achava que isso das touradas e couratos era uma coisa mítica, nada como morar em Lisboa e conviver com pessoas desta zona do país para perceber que os meus pesadelos estão bem vivos e acontecem regularmente no Campo Pequeno. E claro, visitando certas zonas da Margem Sul, como o Montijo e Alcochete, dá para perceber que existe todo um estilo de vida à volta desta(infeliz) tradição, especialmente indo a certos cafés, associações e restaurantes, tal como a Taberna do Ilhéu. Não, aqui as coisas são como são, goste-se ou não. Touros e toureiros em cartazes, tonéis de vinho, torresmos e uma senhora que ralha com toda a gente, empregados ou clientes, à frente da casa. Era noite de futebol e todas as mesas se encheram para ver jogar o Benfica. Decidimos ir para umas cervejas e uns petiscos. No menu existem pratos e város petiscos, sendo que os primeiros não são nada caros(um prego por 2 €, por exemplo) e valem mais a pena. Tenho a dizer que para petiscar a comida não é nada má, pelo contrário. Muito mau foi mesmo o serviço — um bocado lento demais e demoramos quase meia hora desde que pedimos a conta até que conseguimos pagar, principalmente porque a dona da Taberna insistiu em fazer as contas de toda a gente à mão, para poder conferir. Uma estrela a menos pelo serviço mauzinho e outra pelo ambiente demasiado tauromáquico para o meu gosto.