Trema

A Trema é uma galeria de arte moderna catita, sem as peneiras de outros sítios, dando espaço a várias artes e formatos plásticos. Desta vez, estava de passagem pela Rua do Jasmim com algum tempo e decidi entrar para dar uma vista de olhos no que tinha exposto. Uma série de trabalhos de um espanhol chamado Fernando Daza, cuja obra nada tem a ver com a do famoso homónimo chileno. Umas grande telas coloridas, com rolinhos de papel que faziam lembrar lombadas de livros, e uns quadros a óleo de uma artista que não me recordo. Para os compradores de arte é um sítio a ter como referência, uma vez que tem um acervo muito interessante de artistas portugueses contemporâneos.

Bem-​vindos a uma das galerias mais coloridas e originais de Lisboa. Já fui algumas vezes à Trema e cada nova visita é sempre melhor que a anterior! O que eu gostei do trabalho «Secos & Molhados», de Joana Rosa Bragança! Não por acaso a exposição se centrava sobre a época balnear, em que a camisola de lã sisuda e desconfortável é guardada no pó dos armários e substituída pelos coloridos e descontraídos fatos-​de-​banho. Não por acaso sou um «rato da praia». Então, através de aguarela e grafite, apreciei banhistas que, dentro ou fora de água, marcaram a diferença. Não posso deixar de escrever sobre a mostra «Pelos Cabelos». Neste trabalho, João Vaz de Carvalho construiu uma das exposições mais divertidas que já vi: através do humor, o autor retrata variadas situações da rotina diária. Com muita barba e cabelo.

A Trema mudou-​se. Está agora no Príncipe Real e sempre com exposições abertas ao público. Costumo passar por lá quando há trabalhos da Ana Sofia Gonçalves, artista plástica que mistura texturas e imagens criando um imaginário, quase — ou mesmo — infantil, que adoro. Mas, sejam da Sofia, da Rita, do António ou de outro jovem talento qualquer, vale sempre a pena entrar. Aliás, como em todas as outras galerias.