A Ideal do Lar

O Ideal do Lar quando diz que tem tudo para o lar é porque tem mesmo. Eu não posso confirmar se tem mesmo tudo, mas que tem muita coisa tem, tem coisas até ao tecto e mais tecto houvesse mais tinha.
Gostei desta loja, porque aqui encontram-​se coisas antigas, que não acho em muito lado. Quando não posso esperar pela Feira da Luz, em Carnide, venho aqui. É só perguntar nesta loja por um artigo que vai-​se logo buscar, ou se começa a pensar, onde estará… é divertido, confesso.
Não há muito a dizer sobre a Ideal do Lar, mas nada como lhe fazer uma visita. O que nunca se encontra, aqui há sérias probabilidades de encontrar.

A Ideal do Lar tem quase todos aqueles utensílios de cozinha que eu julgava já descontinuados e que me lembram a antiga cozinha da minha avó. Formas para bolos em alumínio, caçarolas de barro, cloches e até uns forninhos, também de alumínio, que se colocam sobre o bico do fogão e que, ainda que não tenham capacidade para fazer um assado, sempre desenrascam. Acho que o artigo mais moderno que encontro por lá, é uma máquina de fazer pão. Para além de toda a parafernália de cozinha, nas prateleiras figuram bibelots, bonecas de porcelana, taças de vidro, produtos para a limpeza que prometem dizimar milagrosamente qualquer nódoa de gordura e sabonetes de leite de burra. Reza a história que fazem muito bem à pele.
O atendimento é à antiga portuguesa, atencioso e a puxar a mais um bocadinho de conversa e como seria de esperar não têm multibanco. Não faz mal que há uns metros à frente!

Esta é daquelas lojas que tem «quase tudo» para a casa. Os donos, já com uma certa idade atendem com a calma de quem gosta de dar «dois dedos» de conversa e não tem pressa para ir a lado algum. Sempre que aqui entro acabo por trazer mais do que queria, tal é a quantidade infindável de artigos em exposição. Desde os tachos e panelas da portuguesa Silampos, passando pelos electrodomésticos Moulinex, a escolha é grande. E para os menos impressionáveis, este é daqueles sítios que até vendem tagines de barro.