Definitivamente, sou uma rapariga da cidade. Preciso de wifi, computadores, telemóveis e muitas coisas a funcionar e a fazer barulho à minha volta, por isso os primeiros momentos aqui foram um verdadeiro choque, mas depois passou e fiquei mesmo muito feliz por ter vindo. Vim parar à Casa da Geada porque um casal de amigos adoptou este sítio, esta aldeia e os donos desta casa. Quiseram casar-se e fazer a festa aqui, e percebe-se facilmente porquê. A Casa da Geada podia muito bem ser a casa de alguém da nossa família: o carinho e o calor com que somos recebidos é extraordinário. Meia hora depois de saber que havia wifi e de beber um copo de vinho de tinto, estava conquistada. A casa não é luxuosa, mas está bem decorada, dentro de um estilo rústico, e, por toda a parte, há peças da proprietária, que também é artista plástica. É o sítio ideal para se passar um fim-de-semana longe do barulho da cidade, da confusão dos telefones a tocar(não há rede) e dos emails a chegar(o wifi é muito fraquinho). Há uma mesa de snooker para entreter as noites de Inverno e uma piscina com uma vista deslumbrante para refrescar os dias de Verão. A única coisa de que não gostei foram as aranhas(e isto serve só de aviso para os aracnofóbicos), mas a partir de um certo momento, lembrei-me que estava no campo e que ainda não tinha ouvido relatos de um ser humano ter sido devorado por uma aranha. Aqui é impossível não desligarmos a cabeça do modo«centrifugação» e rendermo-nos à imponência da vista e à conversa deliciosa da dona da casa. Vou voltar, mesmo sem rede no telemóvel.