O Olympiadas é um fenômeno engraçado. Se me pedirem indicação, provavelmente eu não indicarei ele, mas algo sempre acontece que me faz voltar a ele — e me arrepender na sequência. Domingo agora foi um desses dias. Véspera de feriado, eram quase 23h de domingo e o Baixo Méier ainda estava bem cheio. Com a chuva, todas as mesas sem cobertura haviam sido abandonadas ao relento e o interior de todos os bares estava bem cheio. Meu namorado e eu passamos por toda a rua a procura de algum lugar e nada. Fomos a outros bares nas proximidades e também não obtivemos sucesso. Até que na volta, quase rumando para casa, passamos novamente em frente ao Olympiadas do Chopp bem na hora que um casal se levantava. Ocupamos a mesa vaga e fomos olhar o cardápio. As opções oferecidas não distinguiam muito dos outros bares do BM, a não ser por uma coisa: o preço. Os petiscos e bebidas no Olympiadas são mais caros do que os bares do lado, no mesmo patamar do Reza Forte, mas com uma estrutura inferior. O bar não é feio nem mal arrumado. É um bar de rua ok com mesas e cadeiras na calçada e um toldo. Nada que per si me desagrade, muito pelo contrário. Mas os preços praticados pelo Olympiadas são compatíveis com bares que oferecem mais conforto e possibilidades. Não chegam a ser valores impeditivos, mas sabe quando você faz seu pedido com a sensação de que está pagando mais do que deveria? Pois é. Enquanto escolhíamos, pedimos uma cerveja de 600ml que veio quente. Parecia ter sido refrigerada há pouquissimo tempo: a garrafa estava fresca e o conteúdo em temperatura ambiente. Isso sozinho já parte meu coração. Mas era a única opção aquela hora sem que précisássemos fazer grandes deslocamentos. Insistimos então e pedimos ½ metro de linguiça com acompanhamentos. O garçom trouxe mais uma cerveja para substituir o casco vazio. Cogitamos recusar, mas, né, quem estava na chuva era pra se molhar, não é mesmo? A cerveja veio ligeiramente mais gelada do que a primeira. Bem longe da temperatura ideal, mas com menos textura de purgante. A linguiça não demorou pra ser servida, sejamos justos. Mas em compensação, não sei explicar, não tinha gosto de linguiça. O sabor lembrava de leve aquelas salsichas de cachorro quente de festa infantil, mas com um toque de sei lá o quê. Meu namorado levantou a possibilidade de que, em vez de frita, ela tenha sido assada previamente. De fato, não sei sobre o preparo, mas comi pensando em outras linguiças que já experimentei pela vida. A farofa, o molho vinagrete e o pãozinho de alho estavam ok também. A porção toda pode ser dividida, mas ninguém pode estar realmente com fome. O tamanho assusta, mas no prato, partidinho, nem é tanta comida assim. Terminamos e pedimos a conta: em vez de cobrar o ½ de linguiça, veio constando a porção com 1 metro inteiro. Falamos com o garçom que prontamente substituiu a conta. Aliás, não posso me furtar disso: o atendimento dessa vez e das outras em que estive, até onde me lembro, foi sempre bem cortês. De livre e espontânea vontade, não sei se voltaria ao Olympiadas, mas vai que a vida me leva de novo?